sábado, 22 de maio de 2010

Para Alice

Alice - Quero arrancar meu coração e enfia-lo detro da garrafa novamente. Você sabe onde enfiei a garrafa?




Rainha de copas -Lembro-me vagamente quando perambulava com ela na mão..

e me vem rabiscos e arabescos que me recordam quando andava lubrida das dores vívidas..

Convido a se embriagar...e mergulhar de vez nesse mar de desilusão...

As dores só são reais quando colocamos espectativas dos nossos castelos de feijão em cima de nuvens das quais nós nunca esperamos que o vento irá desmanchar..

Eu esperei os vendavais...com a certeza das brisas...

E a unica coisa que vi...foram sonhos rasgados pelo caminho...

Me de a mão que eu te mostro onde é seguro pisar sem arder em espinhos e ainda sentir o cheiro das flores...

Vem que quero caminhar contigo entre o outono ...

Pode estar tendo geada lá fora..mas entre a janela o sol arrisca em dar piscadelas...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Pérfuro-Incisa

E da ferida que esfola
Agora aberta ao escarro
Peleja a se fechar
Ao que lamento um dia tela feito


É tarde para pestanejar
Se a dor é fugaz
Digo que o sofrimento inepto

Ela se esconde onde tocar é súbito


O que faço quando reabro
A escarra de tanto tempo
Remexe e não alivia
Apenas estende o que sinto


Que precisa existir paralelo
Como se rompesse o elo
O que faço quando espero ver dia
E é apenas noite que enxergo


Até penso que irei me arrastar
Com minhas escaras a insistir
Pergunto-me se serei capaz de ir
Mesmo sem abrigo certo


Essas lacerações
Consomem-me
Quando me consumo
de lamentação

Fim...



Um buraco no canto da boca
os dentes cerram a carne 
com gosto enfinca
morde,dor,sague


olhos pelos cantos
uma timida lagrima escorre
dedos entrelaçados
e o medo pelo corpo percorre


São as ultimas palavras
Serão os unicos apelos
apesar de todas as magoas
vão os aneis ficam os dedos.