Então que venho a vós dar voz ao meu grito
Que ultimamente tenha dito, anda mais mudo que amanhecer de domingo.
Eis que berro entre o diafragma e não passa pelas cordas vocais.
Sucumbe-se em ser apenas resmungo fictício passado pelos neurônios, que ali mesmo morrem.
Como morre também o meu EU...o grande eu que era e já não sou mais.
Agora me pergunto?
ONDE ELE FOI SE ENFIAR...
Fazendo uma pergunta melhor ainda
Onde eu me enfiei?
Será que é exatamente isso que quero...?
Não vou pontilhar metas, desisti desse método quando vi que os rastros se apagam para os que bateram, mas jamais para os que apanharam.
Parece irônico se não fosse no mínimo deveras trágico.
O ser humano sempre olha com pesar as ruínas.
Na verdade olho com admiração.
Nada mais belo para um bardo do que a tragédia cotidiana das vidas mundanas.
E os santos que sonhei hoje eram tão reles mortais quanto os que carregam a palavra em baixo do braço.
Não sou ninguém nem nada para julgar os que se dizem divinos.
Que Deus tenha piedade dele mesmo, porque nós é que não temos.
As tragédias dos estilhaços fazem mais barulho que as Aleluias de aclamação por um milagre ocasional.
E eu já não sei se prefiro andar entre cacos de vidro ou continuar a ausentar o meu grito que reclama o livre arbítrio.
Onde foi parar minha pseudo-liberdade a pouca que tinha enfiei em um amontoado de palavras e promessas.
Coloquei em costas alheias a felicidade que não tinha, na esperança de assim obter, a tão esperada felicidade.
Aquela que é descrita em livros de auto- outros.
o que seria das outras pessoas sem mim.
mim.
ajuda e em manual de “10 passos para ser feliz”.
Acho que já chega de me enganar. Castelos de ilusões são para os que têm o luxo de desperdiçar o obvio.
Eu?
Eu ainda não encontrei uma maneira eficaz de fazer isso.
Pode constatar só em olhar que estou aqui sentada reclamando em linhas o que poderia encarar. Talvez não queira, talvez não seja confortável e viável a mim agora.
Me chame de egoísta de egocêntrica de psicopata ou de apenas fruto da modernidade histérica.
Não espero mais compreensão da parte dos outros, devia já ter entendido o que tento fazer os outros entenderem e que eles nunca vão entender.
Eficiência é não tratar de hipóteses absurdas, não é que minha visão é estranha, ou tão quanto errada, ela é apenas a frente da sua evolução.
Não quero meados de duvidas circundando meu cerebelo quando sei que o meu Eu saiu correndo e não voltou.
E a mascara é a bola da vez.
Espero que os convidados não percebam e se aconcheguem e limpem os seus pés no meu orgulho e bebam da minha dignidade.
A minha honra foi servida como prato principal do banquete da sociedade absurda, da cobrança que me bate a porta com juros tão altos que só tenho a que me recolher e obedecer como cordeirinha.
Quão patética é minha existência se não respeitar e encolher as orelhas a cada bater de pés.
Não era assim... JURO... Não que eu soubesse.
Eu que vomitava tudo que se passava pelos tilintares da minha mente, não tinha peneira: era pensamento-fala.
Mas é que as coisas vão moldando, mudando, e formulando. Uma nova coisa da qual no inicio era uma consciência e agora já não faz sentido algum.
Isso é bem corriqueiro se forem colocar os pontos no fim das frases corretas.
[Geralmente a celebre frase é aquela que é retirada do pensamento comum “idéias” e exprimida em “palavras” das quais todos já pensaram, mas nunca tiveram a ousadia ou até mesmo em causa de preguiça falar ou escrever por imaginar que todos já sabiam disso e não precisava ser dito. Porem quando é dito escrita repassada e erguida em grau irrefutável, todos batem palma como se colocassem em modo ausente a inteligência e a ligação rápida de que isso era mais antigo do que andar para traz.]
Bom, não procuro a verdade, acho que tão pouco a mentira, nem a paz. Não procuro essas coisas que se deseja no fim do ano aos outros, também e muitíssimo menos aquelas que você pede no aniversario.
Acho o pior de tudo é não saber querer, ou até mesmo até onde se pode querer. Acho mesmo que o pior de tudo é saber o que se quer e ter plena convicção que não pode alcançar por N motivos. Acho mesmo que delonguei demais essa nossa prosa e sai do enredo.
Agora ai vai...
HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!
Em alto bom som ao resto do mundo e o resquício do eu que ainda gritava aqui dentro.
Isso não quer dizer que o achei, não mesmo.
Mas parece que me aliviou as dores que me jogaram e empilharam sobre expectativas em mim.
Acho que foi disso que meu Eu fugiu.
Fugiu de mim mesma pra não poder ver ela tão baixa e mansa.
Onde está a rebeldia dos dias de céu azul onde a água escorria livre e pura pelo meu rosto.
Onde está o vento. Onde está o documento. Nem lenço eu tenho mais.
Muito menos posso andar por ai,
Por quê?
Ora porque ainda tenho mil coisas a fazer e o que seria das outras pessoas sem mim? !
Eu sem mim sou apenas o eco vazio.
Os outros sem mim seriam apenas os outros.