terça-feira, 14 de agosto de 2012

Dia Bom !


E quando amanheço , acordo-me e estico a alma, espreguiço o coração, toco o céu e depois chão, e ai sim só depois acordo para a vastidão do mundo. Bom dia !

Rendo-me

Minhas armas ao chão, meu coração ao relento
Minhas palavras todas caíram
Estou com o peito aberto
Que atirem, e dissipem-me 
Em mil pedaços

Tumulo das rosas.

Diga-me um acerto
que lhe direi mil erros
Diga-me uma coisa pra ficar
que lhe direi mil pra ir embora

fale-me uma coisa pra acreditar

que te direi mil pra tirar qualquer remota esperança
porque também já fui luz
mas hoje só sou sombra

Eu sou hoje um poço cravado , viscoso e profundo

de lados musgosos e verdes
e de liquido salobro e turvo
cheio das lamurias do mundo

Sou o rasgo profano , profundo e retardo

em uma cratera , terra,rasgada, finda
em um vale de fiandeiras que tecem o destino
eu não tenho começo, fim e nem meio

Eu sou o pessimismo onde só habita o lamento

Onde o fim jamais encontra a dor
Eu era o mais miraculoso sentimento
Eu sou a cova onde antes vivia o amor.

Locomotiva

Lá vem , fumaceando entre montes
Vem rasgando essa paisagem
Quase parada , segue viagem
Lebres acompanham saltitantes

A locomotiva defuma os males do caminho
E abre nele um trevo da sorte
Eu vou seguir de novo meus instintos
Sei que estou indo pra longe

Porém mais perto do meu EU
a cada vale que passa nesta janela
Vejo meus passos nesse passado
Surrado, turvo e tão complicado

Seguro firme minha mala
Respiro fundo o ar semi árido
Nesse vagão solitário
Me locomovo ao encontro.